segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quanta!





 Assim como ano passado, fui pra São Paulo em Janeiro pra fazer o curso de férias da Quanta, e novamente foi muito legal.

Pra quem não conhece a Quanta Academia de Artes, vale a pena acessar o link aí e descobrir um pouco. Em relação a quadrinhos, é a referência do Brasil, com profissionais fodas, super gabaritados e experimentados no mercado nacional e gringo. Eu tenho vontade de fazer os cursos regulares, mas infelizmente não rola de ir pra São Paulo agora, mas eles oferecem esses crusos rápidos nas férias, que podem ser um bom investimento.

Ano passado por exemplo o curso de perspectiva me salvou a vida, porque eu não manjava nada, tinha medo disso, e o Octavio Cariello mostrou que não é um bicho de sete cabeças.

O Octavio aliás é uma simpátia de pessoa, e muito bom professor. Peguei anatomia com ele esse ano, e fiquei muito feliz em perceber que ele falou muito pouco sobre o que eu esperava (construção do corpo humano) e falou muito sobre expressão! Uma semana aprendendo sobre como passar a menssagem certa, e não sobre como um determinado músculo deve ficar em posição X ou Y. Acho que acrescenta muito mais ao seu trabalho, e faz valer a grana do que simplesmente passar resumo do que você vai encontrar em qualquer livro de anatomia disponível por aí.

Enfim, fiz 3 módulos dessa vez. Pintura Digital com o Ronaldo Barata, que me mostrou uma porrada de atalhos e ferramentas que eu não conhecia no Photoshop. Foi irado, porque eu sempre trabalhei de maneira muito limitada com o programa, e mesmo que eu esteja longe de conhecer e muito menos dominar tudo, já deu um upgrade significativo. Mas eu não tenho praticado isso, falha minha.

A anatomia com o Cariello eu já falei, foi irado. Esse dois foram de segunda a sexta, um a tarde, outro a noite. Depois tinha um barzinho na esquina onde eu já tava até parceiro dos garçons. Fui TODOS os dias naquele bar, inclusive nos fins de semana. Pelo menos umas duas noites fui com Murilo e Morgana tomar cerva lá, dois colegas lá da Belas Artes e que como eu vão dando passos na área de quadrinhos e ilustração, e que também meteram a cara (e o bolso) pra estar cursando lá em Janeiro.

Nos fins de semana, fiz publicidade com o Danilo Beyruth e com o Marcelo Braga. Eu não sabia muito bem o que esperar. Estou envolvido em alguns projetos publicitários, mas que funcionam de uma maneira muito diferente do resto do mercado, mas queria fazer o curso (que foram dois sábado inteiros, manhã e tarde) para ver se dava um up, e valeu a pena. A Macacolândia é foda, uma empresa que ta na pista a alguns anos e que cresceu muito, fazendo trabalhos grandes. Eles partilharam muito da experiência de mercado, que pra quem é de sampa deve ser de grande importância agora. Pra mim foi ótimo conhecer, entender o funcionamento disso, porque é uma área muito atraente para se ganhar um bom trocado. Mas também houve momentos de exercícios, e toda a relação cliente-ilustrador e as maneiras de interpretar e apresentar o produto que o empregador quer. Valeu a pena, mesmo.

Uma das partes mais fodas de estar lá, é ver caras sinistros o dia inteiro, além dos já citados, tem o Marcelo Campos que fica lá o dia inteiro, super acessível, o José Wilson Magalhães, arte-finalista do Renato Guedes, os gêmeos Bá e Moon, entre outros caras talvez menos icônicos, mas não menos fodas. É possível bater papo com essa galera, apresentar seus trabalhos, colher opiniões e dicas. Logo no primeiro dia, eu bati uma meia hora de papo com o Danilo Beyruth, cujos trabalhos em HQ eu babo (Necronauta e Bando de Dois são absurdos) sobre meu trabalho, sobre o dele, o mercado, o Rio, a Comicon e etc. No último dia o Fábio Moon viu uma Saidêra "Então você é o garoto da Saidêra..." E falamos um tempo lá, contei até sobre minha noite na Villa Country, balada sertaneja que meus primos me levaram (e que me atrasou pro curso do dia seguinte). O Danilo e o Marcelo Braga aliás me zuaram muito pela noitada country, mas enfim...

É mais do que pagar para ter aulas, é acrescentar ao seu trabalho artístico, ao seu networking, fazer bons colegas dentro da sua área e ainda curtir uma cidade que eu me amarro, e que felizmente tive várias oportunidades de visitar nos últimos anos.

Para quem ainda tem dúvida sobre valer a pena ou não ir pra Quanta em Janeiro fazer o curso de férias, digo que pros meus objetivos e pro meu trabalho, valeu muito a pena. Eu agarantiu!


Segue aí em baixo a única ilustração que consegui salvar das aulas de pintura digital. Eu sou um otário e esqueci o pendrive no Rio! Dããã. Era um esboço do Barata que eu fui fazendo a pintura com brushes e tal...

OBS: Todo mundo que viu minha pasta curtiu. E todos fizeram críticas construtivas também. Críticas que eu percebi claramente depois que me falaram, e que eu vou corrigir. Crescimento amigos, essa é a grande parada.


OBS²: Pensei em escanear umas paradas fodas da perspectiva do ano apssado, mas na boa, a preguiça não deixa. Escaneei um A3 aqui, mas tava muito claro, não dá pra ver nada. Se visitar meu estúdio pede que eu mostro ;).



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Prêmio Barba Negra Riocomicon


Escrevi pra cacete, se não quiser ler tudo, olha as figurinhas xP. É que eu não consigo só postar trabalho, vejo o blog como comunicação com o público (que nem tenho ueheuhe)
Bem, tem dois meses que não posto nada aqui no blog.

Em parte isso se deve ao Prêmio Barba Negra Riocomicon. Eu não sei até que ponto é legal divulgar as imagens do que fiz pro concurso, então andei segurando a onda e tal, e como foi basicamente o que eu produzi nos últimos tempos, não tive o que postar. Até tinha, mas enfim.

Mas, agora que o prazo de envio finalmente acabou, acho que não faz mal mostrar um pouquinho do que fiz (depois do resultado mostro mais). E vou te falar, na Quanta uma galera boa curtiu: Danilo Beyruth me deu uns toques legais, Octavio Cariello se amarrou nas raffes e páginas, o Marcelo Braga e o Ronaldo Barata também curtiram. O Fábio Moon até deu uma olhada quando o Marcelo tava vendo, mas como quem tava analisando era o Marcelo ele não chegou a comentar nada. Fora todo mundo pra quem mostrei por lá e por cá, que acharam bem legal o projeto, tanto a idéia quanto o que havia sido feito.

Primeiramente, eu não consegui produzir NADA em Dezembro. Foi um mês em que eu só pensei em histórias para o concurso, mas não conseguia desenvolver as que eu tinha, e considerava muito boas. Ainda considero, até melhores do que essa, mas não me senti maduro por trabalhar com uns conceitos filosóficos que prefiro me aprofundar e conhecer de verdade, do que fazer um intensivo em Nietzche só pra mandar um projeto que se bem trabalhado pode ficar muito, muito foda.


Então, no finalzinho do ano, lembrei desse história quando arrumando o quarto achei um caderno onde anotava só coisas desse "herói".

Daí entrei janeiro metendo bala. Entre pequenas pausas para cerveja e fazer amor, pari as 30 rafes e 4 páginas necessárias pra participar. Queria colorir, mas tinha curso de férias na Quanta e tive que desitir da idéia, pois quando voltasse o prazo já teria se encerrado. Como o prazo foi beeeem alongado, colori uma página de teste, mas eu não me programei, e com muitos afazeres acabei deixando só uma colorida e reenviei o projeto.

Enfim... Trata-se de um jovem que fuma um baseado radiativo e ganha poderes. Ele decide combater o crime, e com o tempo descobre que mais drogas lhe dão mais poderes. Ele vira o queridinho do Brasil, o protetor da Cidade Maravilhosa, mas ao mesmo tempo, um super-drogado que luta pra manter seu vício na encolha, e acaba criando laços com o pior tipo de pessoas possível. Começa a cometer atos piores do que o da bandidagem que ele próprio combate.

Em algum momento, o preço dessa conduta será cobrada. Ou ele morre nas drogas, ou ele desiste delas, e de toda a fama e dinheiro, já que sem drogas, ele não tem acesso aos poderes.

A idéia é passear pelas diversas fases da vida do sujeito, desde um início bem humorado, com uma pegada leve até um final carregado e decadente,  com direito a barrigão de cerveja estufando um uniforme cheio de patrocinadores. Trata-se de um drama, apesar do início parecer mais um primo do Capitão Presença.

Tem muita referência aos clássicos como Hulk e Aranha (principalmente o Aranha, desde a estrutura da vida do cara até os nomes abrasileirados de uns personagens, como a atriz de Malhação Maria Joana, o interesse romântico do Pedro Paulo).


Foi muito, muito foda trabalhar nisso, e sinceramente, as páginas ficaram incríveis na minha opinião, dentro do que eu já fiz. De longe mais bonito do que a Saidêra, Vasco, Palestina e tudo o mais.



Vamos ver o que rola.


Lá em cima, detalhe da página que colori. Aí em baixo a mesma página em PB completa, a raffe de uma páginas dupla (quando ele fuma a parada que lhe dá os poderes). No final, detalhe de uma das páginas finalizadas, quando eles estão acendendo.


Desejem sorte!
Tem mais de 300 projetos participando, incluindo gente da pesada.